sábado, dezembro 15, 2007

"é como certas pessoas que possuem a consciÊncia limpa,
pois nunca a usou"

É dezembro,
e ainda há lugar para andar
sem prestar atenção nas encruzilhadas,
nas farsas escondidas, vendinhas de alma.

É dezembro
e me recordo aonde posso estar.
Todo espaço é um alento para o corpo
que tenho de carregar.

É dezembro...
Há vagas para os desatentos,
incautos e sonolentos.
Uma grama verde pra deitar
Veio d'água, barulho de vento

É dezembro
ganhe um sorriso de graça
da morena que vem e que passa
pois é o verão chegando com cheiro de mar.

É dezembro,
e depois janeiro e depois desespero
e muito mais qualquer lugar,
Debaixo de sete palmos
sem sonho sem atrevimentos
esperando algum dezembro chegar.

...
poesia tardia: julianodarede

sexta-feira, novembro 09, 2007

Meio dia pro fim da tarde,

Justifica o céu que arde.
poedia: juliano darede

Ser Mítico

Procurar no cerne do mistério.
Ai não está o mito.
Pois ele percorre as camadas dos poros,
Da superfície.
Sente toda a presença sinestésica da vida!!!
O mito, é a pedra lançada à água
Que produz suas ondas para avançar.
A pedra seria o mito
A onda seria o rito
Quem é a água?
Sou eu, é você, é o povo de uma nação
A violência do mito amortecido no povo.
É por isso que os mitos “acabam”
“Água mole, pedra dura..."
O povo absorve e desgasta sempre a superfície essência
Do mito e ele um dia se dilui no povo.
Ai sim, neste momento que o mito não é mais mito e sim fato
É a prova de existência superior de possibilidades

É o suprasumo estorpor vital da linguagem.



devaneio: juliano darede
27/05/2006

quinta-feira, novembro 08, 2007

MAIS UMA VEZ

e o cansaço....
o amor pedindo sombra pra descansar.
o poente...
novo dia pra se alegrar.
sabor
novo
um
ovo
que
quer
chocar
naturalmente
indefinida
mente...

quinta-feira, novembro 01, 2007

...

O passado não é mais
Do que um defunto...
Um defunto presente.
poesia: juliano darede

O SOL VAI ILUMINAR O RUMO CERTO...


Sol
Missionário do caos.
Bem mais nítido,
Que o gran senhor.
O rei do manto cor de ouro.
Sonhador e ostentador
Da grande aurora.

Subdivisor de toda
A reserva de poder.
Enérgico mesmo ao luar
-O encontro de todas as marés.

O grande sacrifício do mestre,
De ascenção universal.
Castigado pela
Adoração despretensiosa
Da multidão .

Solidária, pai, estrela
-E penitente a esta terra-
Que sempre ofertou
O melhor a quem dela
Sabe aproveitar.

O receptor da grande chama.
Estação de todas as épocas.
O manto atômico, insonoro.
O conter de toda a redenção
De nunca se falar -um- único nome em vão.
poesia: julianodarede

sábado, outubro 27, 2007



Quem matou Van Gogh
Que se deu um tiro.
Do kamikaze brilho no céu
Só vê Rajada de meteorito!?!
Já ouviu a história de Galileu!?!

Sabe quem foi Jesus Cristo?
Ele perde todo o brilho
Por que o Pessoa era ateu !?!
E o segundo é definido
Só como “Não merecedor do reino dos Teus”!?!

O quê realmente deve ser sentido!?!
Bote a pele exposta ao Sol.
O câncer social é obra de Deus!?!
Tem consciência de infinito!?!
Se seu amigo se dá mal
Você como apoio só diz
“Se fudeu”!?!

Leu algum poeta maldito!?!
Ou quis se desprender do eu!?!
Já tentou desobedecer seus vícios.
Além da taboada,
O Quê você aprende ou aprendeu!?!

Nem que seja por amor baldio,
Responda:
Quem deixou o mar vazio !?!
Não ouço mais falar de peixes, pés descalços em plena terça
Tão menos, os encantos e mistérios de sereia.

Só vejo ao longe, boiando,
Brilhantes, Garrafas pets em noite de lua cheia.


12/12/2005
pomaresia: juliano darede

segunda-feira, outubro 15, 2007

Aonde um dia, o nascimento.


No vale de um chapadão,

em um longíncuo ventre.



Vi o renascimento se abrir à mim novamente.



Passagem, vagina de gaia.

De pedra. Porta pedra sedenta.



Exposta abaixo d' água, segredo das almas serenas.



Metáfora que vale uma nova vida.

Aberto. Grito no choro de um sorriso.

Calmo,que o vibro delicia.

Em mim, a sensível tarefa encubida.





Nasço sem nunca morrer .

Volto sem nunca ter partido.

E aprendo no romance das pedras

-Silenciosas mestras arqueolotípicas-







Que não há como ter vida

Em quem nunca se viu parido.
.
.
.
.
.
.
.poesia: juliano darede


terça-feira, setembro 18, 2007

REBENTO

Dèus!

invém mais .............................................um rebento.
Nascido do alento,
Do grito e da dor.

Seu choro é a vitória velada,
De uma emboscada, peleja
Entre o sonho maneiro e o amor

invai também .........................................um outro.
Cansado da vida, morto.
Envolto num pano alvo, incolor.

Só o Fardo pesado,
Calado, miúdo, velado
Carregado ao buraco. Um andor.

O que vem tem sede
O que vai tem mágoa
Ungidos em sangue e água
vai os .........................................................dois rebentos...

sábado, setembro 15, 2007

REDE


Da rede...

Pra dormir.

Da conecção...

Rede(moinho)

formado na poeira do pião.


De vila de pesca

da tarrafa e do arrastão.

Rede de amigos

queridos, cativos.


Quadro fixo pa(rede)

Rede de televisão

Re(me)de a muita coisa

Até o que não é de rede


Rede da vida, teia bem vinda

Rede(fine) a minha percepção!!!!







segunda-feira, setembro 10, 2007


Tamo ae na área na Quinta-feira
Fazendo a intervenção!!!!!!!!!!!!!!
Pessoas são bem vindas...

REBENTO DA REDE


Vim, lhe dizer
O que não é melhor nem para mim nem pra você


Pois é de nós
Venha para esta rede adormecer

Em um rebento distante
A sala vazia..
Minha mente exitando instantes
Desta tarde tão fria

Silêncio matinal... e a rede esta chamando pra dormir
Um sonho monumental, divinal
Venha e entre:
Aprofunda, aprofunda
Afunda, afunda os pés na areia...

No rebento, a sala, um tormento
A prece , o cio e o silêncio

Vestir minha camisa, o dever de vestir minha camisa
O futuro volta...
E a solução: reprograme e sintonize sua estação.

Se aproxime do sol
............................................................Se aproxime do om..................................

(Caminhante e Praiano,
A Brisa embate em seus anos.
Lição de vida,
Vocês também.
A 'Transcenção' é botar ela na ventania)

...Soluço brilhante
É que a minha mente, mente, mente, mente!!!
Saiba a paciência é um dom como sedução

Aproveite, não existe a morte
Mesmo tendo pouco tempo pra viver

Saliente que você não esta nessa
Saliente que você percebe
Toda causa e efeito
O defeito...a solução
O caminho... a evolução

Sapiência no rebento eu perdi
Sapiência no rebento que eu perdi...
Agora eu tomo leite
Se não aguenta, tome leite
Pois o leite alimenta

Me respeite, e as
Minhas lágrimas no peito.
"Minha consciência é o que me leva por ai"
Sua consciência é o que te leva por ai
Grande Deus a missão
Minha consciência é minha religião

Se oriente rapaz pela constelação
Mas se projete rapaz
Pois lá haverá a salvação.

poesia sináptica: Juliano DaRede

terça-feira, setembro 04, 2007

Dionisius

Karl Brulloff. Silen, Satyr and Bacchanals. 1830s



O que fizeram da heresia
da orgia e da sacanagem?!

Da poesia lasciva, do ritmo
alucinante do komos da arte!?!?


O que fizeram com a liturgia de eros
E a magia ilícita de psique!?

Arrancando as tripas da festiva
Alegoria da liberdade!!!


Onde está a boca bendita de Bocage.

Impingiram a ditadura do corpo
e pregaram a loucura no rosto
Do velho Marquês de Sade.


Alguém ainda quer comer aquela puta poesia...
.
.
.
Aquela ninfomaniaca de línguas,
verbos e espasmos !?!.

Quase ninguém mais se suja em seus espaços,
Suas brechas molhadas de sangue e suor...
Fluido de carne viva.


Hoje, agora....poesia é considerado apenas
verbos, prosódias ,vírgulas
Prateleiras sujas, enfeites barsa
Fala mole e
Nenhuma disposição.


"Desse pudorzinho cacete que é a forma mais inteligente de perversão"
.
.
.
.
.
poesia: Juliano DaRede

sexta-feira, agosto 31, 2007

0 & 1

Os homens, quando inventaram deus,
o fizeram ateu.
Espécie de ser binário,
formado do arquétipo de eus;
o portal, da base do bem e do mal.
A chave da palavra,
a notícia, a barca que leva à vida.
Presente em todas as profecias.
Semente de um novo dom
de achar brechas, compor o som.
Janela que desperta
vista nova e renova a tela.
Downloads pra baixar!
Programada antena.
Canal de muita interferência.
Muito influencia
Minha livre Arbitrária vida!!!
poesia: Juliano DaRede

segunda-feira, agosto 27, 2007

O Homo Sapiens e as Duas Serpentes


A humanidade segue duas trilhas. A primeira, do caos. Em seu sentido universal, mitológico, físico, psíquico, cultural e social - do pó ao pó. A serpente inferior, que age como um verme pisado, e faz com que a vida, tornando-se o palco de conflitos infindáveis, incorra em sua autodestruição. É o Kali Yuga, a era dos conflitos. É o estado inferior, do homem que não se observa. Nesta trilha, as sociedades seguem sua jornada, passo a passo, a não se sabe onde.


Presas em um labirinto. Supondo evoluir quando na verdade, estão enclausuradas na teia das aparÊncias e das repetições, cumprindo o medíocre papel de autômatos, na perpétua luta contra moinhos de vento.


A segunda trilha, é a da Chama da Sabedoria. Que, independente da sua área de atuação,é a única que trabalha verdadeiramente no sentido de despertar o Homem. Partindo do princípio "conhece-te a ti mesmo", para o desenvolver suas potencialidades latentes. É a única trilha capaz de despertar a matéria para a consciência, para a aventura, eternidade. É a serpente superior.


Velha questão levantada, entre outros, por William Blake em seus provérbios: O prolífico e o devorador.O prolífico é a fonte. Gera, através de suas atitudes e obras, os frutos do Prazer. O devorador, não passa de uma cisterna. Contém, mas não derrama. Pois bem, esta cisterna recolhe os excessos da Energia do prolífico e, ao mesmo tempo anseia em domesticá-lo, condená-lo à fogueira da estupidez.


Trata-se da peleja entre o bom e o mal. quando na verdade deveria haver um matrimônio entre eles. Mas, ambos poderiam se conciliar? Se existe um caminho do meio para o Ocidente, encontrá-lo-emos. Por hora só podemos tentar. Porém, a hipocrisia, os grilhões do devorador arrastam a humanidade para a escuridão. E o que é a escuridão? Algo assustador não é verdade? Os mais deliciosos dos vinhos e das paisagens. Mas isso depende da qualidade dos teus olhos, do apetite, e de como você reage aos fantasmas. Pois "A noite sorve seios de luz". agora, repare bem, a escuridão oriunda do devorador não seria jamais a Escuridão universal, nem o subconsciente do prolífico, esse que vem a ser justamente o Artista Verdadeiro.


Discorramos um pouco sobre esta estrela-grão-de-areia, este operário do etéreo, da eterna Chama. Falemos sobre o artista..


Quando não se trata de um Homem, de uma Mulher, sua obra nada vale. É apenas a sombra de uma obra, uma imitação, um acumulo, uma facilidade, emfim, a farsa de um esteta celerado. Os grilhões são sua taboa de salvação. Somente o prolífico é capaz de interagir nos corpos do individuo, alterando sua compreensão de si mesmo e da humanidade da qual faz parte.


Por ser um artista, pesquisador, amante, o seu trabalho deve estar centrado não em tornar-se celebre no futuro, mas sim em ter luz própria, agora. Irradias, revelar o segredo de que nós "homo sapiens estamos nos saindo bem, apesar de dizerem o contrário. Que temos realizado muitas coisas da quais podemos nos orgulhar". Com ânimo, deve seguir adiante. Estar atento ao seu corpo, emoções e intelécto. Somente assim poderá sentir e transmitir a sua essência.


Temos uma história para escrever e deve ser escrita já. Com simples, mas poéticas e intensas atitudes. A lógica das lógicas é o Amor. Nunca deveriamos permitir que a arte ( ou a negação da mesma) e o conhecimento se tornassem coisas fúteis, meramente rentáveis, pois assim não passamos de escravos, criminosos. Condizentes ao caos. Aliados à terrivel serpente negativa.

texto: Walter Sarça

segunda-feira, agosto 20, 2007


Eu sou o tipo de forma

Que forma o individuo.

Dentro de mim

É onde estou contido,

É o meu íntimo.

É formado pelo avesso,

Pouco sonoro para os olhos

Invisivel aos ouvidos.



Sou terra e água formando o barro

E dentro do barro um zumbido.



Da luz que vibra e finda aqui

reflete-me o que anda por ai

Pois só na luz isso é indivisivel.



Habita em mim, como dizem,

um espírito.




poética: julidaredeano






quarta-feira, agosto 15, 2007

quarta-feira, agosto 08, 2007

Imprint


Agora que sou um ser desencarnado
e posso estar aqui, dentro dos dados
Rolando, despejado em reativas possibilidades.
Do Re-imprinting à porta vanguarda
De arvores, que antes podadas formas
Fazem-se agora desgrenhadas
Seguindo padrões de fractais
Fluxos continuos, ondas de mares
Que, tentam rumos, pousadas
Obsoletos, como velas ao cais
Buscando porto, ou mesmo um morto
Naufrago espaço em meio ao horizonte
pra poder registrar, o fim do ato
ou mesmo um traço, que descreva
Quem foi o desencarnado.....

Mas isso nunca aconteceu.....
Na realidade o morto nunca morreu
poesia: juliano darede

sábado, agosto 04, 2007

Invicto viver, Proscrito morrer

Camin'nho de poeira
Que num se assenta, nem se esgueira
Onde passa em marcha mil milhões de sedentos
Forçando na brecha do tempo
Um tempo pra sonhar.

Encautos, esquecem os autos,
O cenário e o espetáculo
E migram de cá pra lá
em passos fortes, sem função.

Cobrem grandes vastos
Mas não vêem a vastidão.
Perdem a proeza de um céu bonito
Ou a forma tão em voga
Que um dia lhe fez
Membro invicto da nação.

poesia: juliano darede

quarta-feira, agosto 01, 2007

Crise...

NOVIDADE!!!!

Novidade...

Estamos em 'crise'....

Talvez para as pessoas que ainda não tinham recorrido ao dicionário para saber qual o significado de tal palavra....pois nunca haviam sentindo na pele o que todos os dias passam aposentados em filas de INSS ou de "seres humanos" que correm atrás de aspirinas inexistentes e mortes pungentes no caos terrestre dos INSTITUTOS DE SAÚDE PUBLICA.

Fora os artistas que ainda são os bufões ou bobos da corte do establishment; os adolescentes que não possuem mais o universo betty boop e sim a linha de montagem psico-bélica e consumista nos entreterimentos; fora a solidão-invejo-ganância que se não traz desgraça pra mim, fatalmente vai gerar pra você; e fora isso e fora aquilo...

O pior é ver essa histeria midiática que simplismente joga, de forma um tanto ridícula e perigosa, com nossas dúvidas, nossos medos e pior nossa consciência.Um jogo tão inescrupuloso que só a arte aceita e nos mostra como uma verdade, casos como de "HOTEL RUANDA" ou "TIROS EM COLUMBINE".

A mesma mídia que flagra e repudia a prostituição, a vende em forma de acompanhentes de classificados ou de garotas que cobram um milhão para imprimirem suas vaginas selecionadas e qualificadas em photo shop, para as respeitaveis e adjetivadas revistas masculinas...É até irônico e cômico acharmos uma desavença um Senador pagar por uma reprodutora apenas trezentos mil reais!!!!!Impagável mesmo, foi a apresentação teatral no senado. E com certeza a maioria irá pagar novamente "ingressos" na proxima eleição para o ator, pois o espetáculo não pode parar.

Estamos em crise, uma nova velha crise....Crise existêncial. Não conseguimos sentar coletivamente no divã e falar abertamente: "Estamos seguindo um caminho muito errado". Caminho este que foi traçado sob a alcunha da mais terrivel repressão: o medo de romper com a pedagogia do oprimido da velha tradição.

texto: juliano darede

quinta-feira, julho 26, 2007

Vagabundo Estelar

Salvo as horas que esta tudo
do mesmo lado, dimensionado
No mundo, me acabo...
Destarte em um pulso se abre
a nova janela da arte.
Tao impessoal, vem o sonho
Neste espaço hiperdimensional.

Viajem de um vagabundo hipnótico
Que me abraça, me vence sem único golpe
Ciclope miragem desconhecida,
O som que vibra como um gole

Mendigo da forma escolhida
Da forma desacelerada.
Que passa desapercebida
Na hora neutra da madrugada.

poesia: juliano darede



sábado, julho 14, 2007

PLano / Planta / Planeta Terence McKenna


Nunca houve na história , crise mais profunda que a atual, de sorte que as nossas soluções devem ser igualmente drásticas.
Proponho que adotemos a planta como modelo organizacional da vida no séc. XXI, tal como o computador parece ser o modelo mental/social dominante de fins do séc.XX, e como o motor a vapor foi a imagem norteadora do séc> XIX. Isto significa retornar no tempo a modelos que se mostraram bem-sucedidos há + - 15.000 anos. Feito isso, torna-se possível ver as plantas como alimento, abrigo, vestimenta e fonte de educação e religião.
Para iniciar o processo, declaramos legítimo o que vimos negando há tanto tempo. Declaramos legítima a natureza. Todas as plantas e, por sinal, todos os animais são declarados legais. A noção de plantas e animais ilegais é odiosa e ridícula.

Restabelecer canais de comunicação direta com o SER planetário, o espírito que anima a natureza, através do uso de plantas alucinógenas constitui a nossa última esperança de derrubar as muralhas de inflexibilidade cultural que aparentemente nos levam à verdadeira ruína.

Precisamos de um novo par de óculos para enxergar o caminho que trilhamos neste mundo. Quando o mundo medieval mudou de ponto de vista, a sociedade européia secularizada buscou salvação no renascimento das noções clássicas greco-romanas de lei, filosofia, estética, planejamento urbano e agricultura. Agora, o dilema que enfrentamos nos projetará ainda mais longe no tempo em nossa busca de modelos e respostas.

********************************************************************************

Grande parte do mal-estar moderno, inclusive a dependência em relação a substâcias químicas, bem como psicoses e neuroses reprimidas, pode ser resolvida mediante conhecimento direto das verdadeiras dimensões do risco representado pelo uso de plantas psicodélicas. A posição da planta pró-psicodélica é claramente antidrogas. A dependÊncia em relação a drogas resulta de um comportamento habitual, impensado e obsessivo - precisamente as tendÊncias de nossa formação psicológica que as substâncias psicodélicas atenuam. Os alucinógenos contidos nas plantas dissolvem hábitos e submetem as motivações à inspeção, a partir de um ponto de vista mais amplo, menos egocêntrico e mais abalizado dentro do indivíduo. Seria tolice dizer que não há risco, mas é igualmente desinformado dizer que não vale a pena correr tal risco.
O que é preciso é validar experimentalmente uma nova imagem orientadora, uma metáfora dominante capaz de servir de base a um novo modelo social e individual.

A relação entre plantas e seres humanos sempre constituiu a base de nossa existência individual e grupal do mundo.

O que eu chamo de Retorno à Cultura Arcaica é o processo de redespertar a consciÊncia de atitudes tradicionais com relação à natureza, inclusive as plantas e nosso relacionamento com elas. O Retorno... significa a eventual quebra do padrão de domínio e hierarquia masculinos, baseado na organização animal, algo que não pode ser alterado da noite por dia por uma mudança súbita da consciÊncia coletiva. Ao contrário, seguir-se-á naturalmente do reconhecimento gradual de que o tema dominante que rege a recuperação da Cultura Arcaica é a idéia ou o ideal de uma deusa da vegetação, a própria Terra sob a forma de Géia...

Quanto mais próximo um grupo humano estiver da gnose do espírito vegetal - a coletividade telúrica da vida orgânica -, mais íntima será a sua conexão com o arquétipo da Deusa e, portanto, com a forma de organização social à base de participação. A última vez que o pensamento ocidental foi revigorado pela gnose do espírito vegetal se deu em fins da era helênica, antes da supressão final das religiões dos Mistérios por bárbaros cristãos superzelosos.

continua.......
TERENCE MCKENNA

sexta-feira, julho 13, 2007

continuação....


Minha conclusão é que , para darmos o próximo passo evolutivo na direção da retomada da Cultura Arcaica, do renascimento da Deusa e do fim da história profana, teremos de incluir em nossa agenda a noção do reenvolvimento com o espírito vegetal e do ressurgimento deste. Aquele mesmo espírito que nos conduziu a uma linguagem auto-reflexiva nos oferece agora as infinitas paragens da imaginação. Sem esse tipo de relacimento com os exoferomônios psicodélicos que regulam a nossa relação simbiótica com o reino vegetal, ficamos privados do conhecimento da finalidade planetária. E o conhecimneto da finalidade planetária talvez seja a principal contribuição que podemos fazer para o processo evolutivo. Retornar ao seio da participação planetária significa trocar o ponto de vista do ego, criado pela História, por um estilo mais maternal e intuitivo.

Creio que a intuição generalizada da presença de um Desconhecido, sob a forma de companhia feminina na viagem humana através da História, data da primeira vez em que o homem mergulhou no espírito vegetal. Foi essa imersão que propiciou o contexto ritual no qual a consciência humana veio à luz da autopercepção, da auto-reflexão e da auto-expressão: a luz da Grande Deusa.

O que significa aceitar as soluções das formas vegetais de vida como metáforas da condução da vida humana no mundo? Duas mudanças importantes seguir-se-iam à adoção de tal hipótese:

* Feminização da Cultura. A cultura seria feminizada a um ponto que ainda não foi totalmente explorado. A ConsciÊncia Verde significa reconhecer que a divisão real entre masculino e o feminino não é uma divisão entre homens e mulheres, e sim uma divisão entre nós mesmos, como animais conscientes - guerreiros onívoros e desbravadores da terra, suprema expressão do yang -, e o manto de vegetação que envolve o globo - o antigo elemento yin metaestável que constitui, de longe, a maior parte da biomassa do planeta.

* Uma busca interior de valores. A interiorização é a caracterização é a característica do estilo vegetal de existÊncia, e não do estilo animal. O animal caminha, migra e forma novas comunidades, ao passo que as plantas permanecem onde estão. As plantas vivem em uma dimensão caracterizada pelo estado sólido por aquilo que é fixo e resistente. Se há movimento na consciência das plantas, deve ser o movimento do e´spírito e da atenção no nível da imaginação vegetal. Talvez seja este o verdadeiro fim apontando pelo restabelecimento da conexão com a Deusa da vegetação, através das plantas psicodélicas e do Retorno à Cultura Arcaica: que a vida do espírito é a vida que adquire acesso aos reinos visionários existentes em nossas mestras vegetais mágicas. Esta é a verdade que os xamãs sempre souberam e praticaram. A percepção do estado de espírito verde foi chamado de Veriditas por von Bingem, visionário do século XII.
Um novo paradgima capaz de trazer a esperança de um meio que nos arranque da areia movediça de nossa atual cultura deve oferecer uma agenda voltada para o mundo real e para os crescentes problemas enfrentados pelo planeta.
continua em agosto......

quinta-feira, junho 21, 2007

Perma cultura RACIONAL!!!



Permacultura é a junção das palavras permanente e agricultura...

Busca um equilibrio sustentavel entre a natureza (recursos naturais) e as necessidades sustentáveis do homem (em harmonia no seu meio ambiente)

É muito interessante a praticidade e sabedoria dessa nova possibilidade de se tornar um pouco mais autônomo em sua existência planetária....

Pena....muita pena são alguns preços estipulados por ai

mas ja da pra ter uma noção em alguns lugares generosos como o aglomerado de sites:

http://www.permacultura.org.br/

e em uma comunidade do orkut que da algumas dicas e tira duvidas na medida do possivel (geranciado por Suzana Maringoni)

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=111403

é interessante também juntar uma grana pra fazer um PDC que é um curso de 60 horas que da uma visão introdutória sobre o assunto

http://www.naupyrata.blogspot.com/



Curte som?!?! Que tipo.....

No blog NAU PYRATA voce encontra o blog de som que vc estava procurando........




da uma olhada lá!!!! tem coisa pra porrrrrrrrrrrra!!!!!

a maioria é rock nhe nhe nhe

mas da pra encontra no palheiro musica do mundo todo como é o caso do http://magicofjuju.blogspot.com/

musica africana com muito groove com


e claro nao podia faltar o bonissimo

http://sombarato.blogspot.com/ com musica brasileira da boa!!!!!!!!

terça-feira, junho 12, 2007


Do outro lado
Onde prescreve o grande tato do mundo.....
....Eu nao fui tocado,
Mas acordei suado
Como se o tempo tivesse parado
Como se a faca tivesse chegado bem fundo......
....E eu ouvi tudo
Por entender logo fui coroado
Por respeitar de tão respeitado
O trauma.....saiu no susto
poesia: juliano darede

quarta-feira, junho 06, 2007


Um site que fala sobre enteógenos, arquitetura, ciência, arte, psicologia e psicodelia, biotecnologia, meditação, cultura, magia, musica, tecnologia e etc.... etc..... e etc!!!!!!!
É uma gama de possibilidades, desde fotos do evento burning man a construções integradas ao meio ambiente!!!
Arte digital a textos sobre alucinógenos ......
Navegue, viaje, se leve.....
agradecimentos: lieber e juh!!!!!
julianodarede

segunda-feira, junho 04, 2007






Sentado aos pés do Deus

Que nao se sabe se tem fim

Eu olho um pouco o todo que há dentro de mim

E no espaço em volta me multiplico, um infinito.


Calçando os pés na terra

E mirando o que já me espera

A voz de Deus, não é a voz do povo

É o inaudivel do ovo, o infra-som.

Toda forma de ser

As mil petalás do lótus

Da raiz ao topo,

À ascenção do espírito e o corpo

Que deve se regenerar.

Do big ben a teoria do caos

nada mais deve importar

muito além do bem e do mal

jornada da alma imortal

juliano darede



sexta-feira, junho 01, 2007

sexta-feira, maio 25, 2007

Comedores de Ópio


Os comedores de ópio
Não são nem mais comedores de farinha
O poder do estar no ócio
Agora... é rinha!!!!!!!!!!!!!!!!!!
juliano darede


É hora, agora...



Lá na tocaia, no beco escuro
De boca em boca, um grito e um sussuro
Tocado e travado nas cordas que emanam
De leve, rasgado num nó na garganta

O espelho me mostra o que é natural
Infiltrado no ínfimo ser ancestral
As marcas no rosto e a gola bem suja
Estremece quem mede a distância em altura

Se ele me toca, o som no vazio
Percebe bem mais do que um vão estribilho
E a sede é curada com o que não é visto
Na porta, no íntimo sertão do infinito

E agora que o tempo só esta ebulindo
Partido no espaço do ser corrompido
É hora de ver mais do que se tem visto
E apontar o desejo num novo caminho

juliano da rede

quarta-feira, maio 02, 2007

SARAU NOVO SOMA CULTURAL com FEIRA dE TROCAS


LOCAL: Col^nia Agr´cola Vicente Pires /Ch´cara 83 Cond^minio F^nix (FERNANDO TELES)
DIA: 18/05
"Eu tive que subir lá no alto, para ver.Permacultura Racional.Uma luz no fim do tunel pra humanidade!!!!"
MusiCA, TEatro, PoeSia, FloR, PInga e FOLia

Além do escambo de malícia
A barganha de afetos
A permuta de cultura
A mofa de saliva,
Um cambio de idéias...
VAI TER TAMBÉM A FEIRA DO TROCA!!!!!!ONDE VOCE LEVA PRA LÁ O QUE NÃO QUEIRA QUE VOLTE.
Troque uma idéia por uma opinião.Troque uma boa dose pela sua solidão.Troque uma roupa, em vista à alguém.Além, muito além uma meditação!!!Troque um vinil zerado,Por um celular velho e ocupado.Se desprenda daquele despertador sempre atrasado.Desapegue do que esta no canto...Empoeirando, ficando triste de se ver...Que no final das contas voce vai ter Grande oportunidade, de além de receberAquilo que tanto te procurava,Dar umas boas risadas e trocar A vida com outros que sonham ao longo dessa mesma estranha estrada...



domingo, abril 22, 2007

Krajcberg - Poeta de formas distorcidas


"Onde estava a humanidade que não se revoltou contra a barbaridade? Que arte tenho de fazer?Florzinhas?"


Hoje me deparo com um estampido

Algo que já em algum lugar já tinha visto


Obras singulares de Krajcberg

link de beleza esculpida e talhada

na cinza de seiva que será nossas vidas



quinta-feira, abril 12, 2007

Pra chaqualhar o esqueleto!!!!!


Ai pessoal !!!!!

Sábado, dia 14, apartir das 22h, vai rolar uma edição especial da FESTA O.V.N.I. em homenagem ao aniversário do Lincoln....Ta sendo prometido 18 horas de festa e a mulherada que chegar até as 00:00 nao paga!!!!!!

Agente do REBENTO DA REDE vamos ta tocando lá no Chill Out sabe-se lá que horas!!!!!!!

Tá ai o Fórum da psycotrance falando mais sobre...Mapinha e triviais

Feira de Troca no CONIC!



Feira Escambau - 3º Edição
A Cooperativa Trilha Mundos está promovendo a terceira edição da Feira Escambau em abril. O objetivo é criar um ponto de encontro em Brasília para troca de artigos literários (livros, revistas em quadrinhos), fonográficos (CD’s, LP’s, DVD’s), além de roupas e acessórios. A Feira acontecerá no sábado, dia 14 de abril, das 14h às 19h, na Praça Central do Conic.O uso de dinheiro no evento não será permitido, valendo apenas a prática do escambo. A organização da Feira está recebendo inscrições pra quem quiser ter um estande fixo no evento. Os interessados podem mandar e-mail para feiraescambau@gmail.com . A organização enviará uma ficha de inscrição que deve ser preenchida. Para entrar em contato conosco por telefone basta ligar para (61) 3036.9179. Não cobramos taxa pela participação, apenas exigimos que os participantes se comprometam a não realizar vendas.

domingo, abril 01, 2007

Inclassificaveis!!!!

O blog é de todos....mas eu pelo menos mantive uma palavra de que estaria atualizando esse espaço, pelo menos pra alguns vivos virtuais que passam por esse terreiro. Essa vai pros que tem suas portas queimadas e suas gargantas caladas....Senhor me desculpe, não por ser branco, mas sim por ser humano!!! Não poderia haver vergonha maior. Viva a esquecida natureza!!!!
E que o profeta gentileza esteja certo quando diz que a "beleza vai salvar o mundo!!!!!!!!!!!"

Eu espero um tempo pelo menos
Pra falar da falta do que fazer
De invenções temíveis
Ao que nunca se crê
Até o dia que se deixa e se espera acontecer

Extirpam o combatente do fogo
E ateiam a ira de si mesmos, nos outros
Acham que vão calar uma voz que nunca se apagou
Negra, Branca, multicolor.
Desse país que é uma gota de "pureza"
Em um vasto mar multicultura de beleza.

Umbanda Om que soube respeitar
toda natureza de cada força suspensa
Vinda de perto e de milhas e milhas
De um mesmo lugar.

E a pergunta que vem forte nos sussuros
É aonde isso tudo quer chegar.
Espero o reverberar de pelo menos um grito....

poesia: juliano darede

segunda-feira, março 19, 2007

Intervenção Soma Cult. Embriagar-se e Conhecer-te

Quinta feira, 22 de Março
local: Zé Ricardo bar (em frente ao Carrefour Tag. Sul
contato
Fernando Teles (61)8424 9390
Marina Mara (61)8452 3096
Rafael Marques (61)9673 8238
somacultural@gmail.com



MUsica,TEAtro,POesia,PERformance,LIberdade

quinta-feira, março 15, 2007



Buscando agente acha....e quando quer achar coisa boa, muita coisa....ouça
Um som barato que é um barato total, que vai de musica folclórica até os gritos de Gal
Um disco raro de Tom zé, até ver de cara uma peróla do Hermeto Pascoal!!!!

Muito bommmmmmm o blog http://sombarato.blogspot.com/
Lá vocÊ pode baixar de uma forma barata muita coisa boa
Dessa musica tão cara que nós tupiniquins damos tão pouco valor!
Yeah men... Tupy or not TUpy!?!
Diz ai....

quarta-feira, março 14, 2007

Entrevista com o etnobotânico Terence Mckenna



TERENCE MCKENNA
Terence McKenna foi um pesquisador de plantas psicodélicas de projeção internacional. Nasceu no Colorado(Estados Unidos) em 1946, graduou-se pela Universidade de Berkley e obteve mestrado em Xamanismo e Conservação de Espécies Botânicas. Em 1992 publicou o livro "Food of the Gods" ("Comida dos Deuses"), onde descreveu a evolução humana a partir do consumo de substâncias como o DMT e a psilocibina, encontrada em cogumelos alucinógenos. McKenna morreu em 2000 e é considerado por muitos como um "cientista da Nova Era". Esta entrevista foi concedida a revista OMNI em 1993.

OMNI: Para que servem suas pesquisas com substâncias psicodélicas?
MCKENNA: É uma tragédia pensar que alguém pode ir para o caixão ignorante das possibilidades da vida. E faço analogia com o sexo. Poucas pessoas podem evitar, em suas vidas, uma experiência de natureza sexual, já que sexo é uma das informações de que a condição humana dispõe. Sexo é um grande prazer, sexo liberta. Detesto pensar que alguém pode morrer sem experimentar sexo! O mesmo acontece com a experiência psicodélica. Ela é parte legítima da condição humana. Ela disponibiliza uma infinidade de informações fundamentais que perdemos quando o homem passou a se distanciar da natureza.

OMNI: "Food of the Gods" liga DMT à psilocibina. Qual a relação?
MCKENNA: A psilocibina (presente em alguns cogumelos e no LSD) e o DMT são quimicamente da mesma família. Meu livro é sobre a história das drogas; mostra o impacto cultural e o poder de desenhar a personalidade que elas possuem. As pessoas têm tentado, sem sucesso, responder como nossas mentes e consciências podem derivar do macaco. Já formularam todo o tipo de teoria sobre isso, mas para mim a chave que destranca este grande mistério é a presença de plantas psicoativas na dieta do homem primitivo.

OMNI: O que o levou a concluir isto?

MCKENNA: A teoria ortodoxa da evolução nos diz que pequenas mudanças adaptativas de uma espécie acabam sendo geneticamente impressas em seu DNA. Os descendentes da espécie vão acumulando novas mudanças adaptativas, até que o conjunto de mudanças gere outra espécie. Pesquisas de laboratório mostram que a psilocibina, mesmo ingerida em quantidades muito pequenas, é capaz de imprimir mudanças em nós. Nos anos 60 Roland Fisher, do National Institute of Mental Health, deu psilocibina a voluntários, e então realizou testes oftalmológicos. Os resultados indicaram que a visão periférica aumenta quando havia psilocibina no organismo do voluntário.Bem, o aumento da visão periférica seria de grande ajuda adaptativa para o hominídeo, pois caçavam com mais sucesso e se defendiam melhor, também!
Então aqui temos o fator químico: quando adicionado à dieta, psilocibina resultou num excelente "artefato" de sobrevivência.Quando os macacos desceram das árvores encontraram cogumelos no solo. Em pequenas quantidades aumentou sua capacidade visual periférica; em maiores quantidades, aumentou as atividades de seus sistemas nervosos centrais, que resulta em maior atividade sexual e, conseqüentemente, descendentes que carregam genes modificados pela psilocibina.

OMNI: Como as informações disponíveis sobre a psilocibina sustentam sua teoria?

MCKENNA: Bem, este é o problema: a psilocibina foi descoberta em 1953, e não foi totalmente caracterizada até ser proibida, em 66. A janela de oportunidade que se abriu para estudá-la foi de apenas nove anos. Quem pesquisava a psilocibina nem sonhava que os estudos seriam proibidos pelo governo americano! Quando o LSD foi apresentado à comunidade psicoterapêutica, e uma grande esperança de estudos dos processos mentais e psicológicos se abriu, o governo suprimiu as pesquisas com drogas psicodélicas. A conseqüência disto é que a comunidade científica está capenga, pois não pôde cumprir sua missão de conhecer profundamente os mistérios da mente humana. A ignorância e o medo do governo atrapalharam o trabalho dos cientistas.

OMNI: Você está dando uma enorme quantidade de poder a uma droga. O que você pode dizer sobre a psilocibina?
MCKENNA: Ainda não sabemos tudo o que a psilocibina e o DMT podem oferecer. É como quando Colombo avistou terra, e alguém disse, "Então você viu terra. Isso é importante?" , e Colombo disse, "Você não entende: este é o Novo Continente" . Então uns marinheiros, como eu, retornaram da viagem dizendo, "Não há bordas no planeta, ele é redondo. E mais: não há monstros marinhos, e sim vales, rios, cidades de ouro" . É duro de engolir, mas caso possam voltar a estudar a psilocibina, os cientistas poderão revolucionar a forma com que lidamos com o ser humano e com o universo. Nos últimos 500 anos a cultura ocidental suprimiu a idéia de inteligências desencarnadas, da presença real de espíritos. Mas trinta segundos de viagem com DMT acabam com a dúvida. Esta droga nos mostra que a cultura é um artefato, que você pode ser um psiquiatra em Nova York ou um xamã em Ioruba, mas que essas realidades são apenas convenções locais que organizam as pessoas em sociedade. A experiência com DMT é universal, pois mostra do mesmo modo, para qualquer pessoa de qualquer cultura, a legitimidade do universo espiritual.

OMNI: Bem, mas a cultura nos dá alguma coisa para fazer, Terence.
MCKENNA
: Sim, mas a maior parte das pessoas acha que cultura é o que é real. A psilocibina mostra que tudo o que você sabe está errado. O mundo não está sozinho, não é tridimensional, o tempo não é linear, não existem coincidências. Existe, sim, um nexo interdimensional.


OMNI: Se tudo o que sei está errado, então o que está certo?
MCKENNA: Você precisa reconstruir. É, no mínimo, uma tremenda permissão para sua imaginação. Você não tem que seguir Sartre, Jesus, ninguém. Tudo se esvai, e só o que você pensa é, "Sou apenas eu, minha mente e a Mãe Natureza". Esta droga mostra que o que existe do outro lado é uma impressionantemente real forma de vida auto-consistente, um mundo que permanece o mesmo toda vez que você o visita.

OMNI: E o que está lá nos esperando? Quem?

MCKENNA: Você cai num espaço. De alguma forma, você pode dizer que é subterrâneo. Existe uma sensação de enclausuramento, mas ao mesmo tempo o espaço é amplo, aberto, caloroso, confortável de uma forma muito sensual, material. Há entidades totalmente formadas, não há dúvidas de que essas entidades estão lá. Enquanto isso você diz, "Batimentos cardíacos? Normais. Pulso? Normal." Mas sua mente está dizendo, "Não, eu devo ter morrido, é muito radical, muito, muito radical. Não é a droga, drogas não fazem coisas assim", e você continua vendo o que está vendo. A droga nos tenta revelar qual a verdadeira natureza do jogo. Que a dita realidade é uma ilusão teatral. Então você quer encontrar seu caminho até o diretor que produz a realidade, e discutir com ele o que acontecerá na próxima cena.

OMNI: Você dedicou boa parte de sua vida no mapeamento do DMT e da psilocibina. Como você os interpretaria?
MCKENNA: Estas substâncias podem dissolver numa única viagem toda a sua programação mental até então. Elas te levam de volta à verdade do organismo - a que diz que idioma, condicionamento e comportamento são totalmente desenhados para mascarar. Uma vez dopado, você renasce para fora do envelope da cultura. Você chega literalmente nu neste novo lugar.

OMNI: Você acha que realmente existe algo como uma "bad trip"?

MCKENNA: Uma viagem que acaba te fazendo aprender mais rápido do que você quer é o que as pessoas chamam de bad trip. A maior parte das pessoas tenta dosar o aprendizado inerente às drogas, mas às vezes a droga libera mais informação do que você é capaz de aprender. Para piorar, a mensagem pode ser, "Você trata mal as pessoas!", e ninguém quer escutar isso.

OMNI: Como você pode defender as drogas com tanto entusiasmo quando elas estão associadas a tanto sofrimento e caos?
MCKENNA: Nós deveríamos falar da palavra êxtase. Em nosso mundo, comandado pela Madison Avenue, êxtase é aquilo que você sente quando compra uma Mercedes e pode bancá-la. Mas este não é o significado certo. Êxtase é uma emoção complexa que contém elementos de medo, triunfo, empatia e pavor. O que substituiu nosso pré-histórico conceito do êxtase é a palavra "conforto", uma idéia tremendamente asséptica, letárgica. Drogas não são confortáveis, e qualquer um que pense que elas são uma forma de conforto ou escapismo não deveria tomá-las até que tenham coragem de lidar com as coisas como elas realmente são.

OMNI: Que tipo de pessoas não deveria tomar drogas?

MCKENNA: Pessoas mentalmente instáveis, sob enorme pressão, ou operando equipamentos dos quais dependem as vidas de outros seres humanos. Ou pessoas frágeis, ingênuas, superprotegidas. Algumas pessoas foram tão estragadas pela vida que a dissolução de amarras não é boa para elas. Essas pessoas deveriam ser cuidadas com carinho, e não encorajadas a arrebatar limites. Se por fatores genéticos, culturais ou psicológicos as drogas não são para você, então não são para você. Não estou pedindo para que todas as pessoas tomem drogas, mas acredito que assim como uma mulher deve estar livre para controlar sua fertilidade, uma pessoa deveria estar livre para controlar sua própria mente.Todos deveriam ser livres para tomar o que quisessem, e estar bem informados sobre o que cada opção envolve. Exatamente como acontece com educação sexual. Hoje a forma com que lidamos com informações sobre drogas é a mesma como fazíamos nos anos trinta com sexo. Você aprendia através de rumores! Então as pessoas acabam tendo idéias absurdas sobre as coisas.

OMNI: Onde está sua esperança?

MCKENNA: Está na psicologia e nos jovens. Eles têm o que nunca tivemos: pessoas mais velhas que já tiveram experiências psicodélicas. O LSD tomou, e ainda toma, de assalto nossa sociedade. Dois estudantes de bioquímica podem fazer um pequeno laboratório móvel e produzir, num final de semana, de 5 a 10 milhões de doses de ácido para distribuir em papel pelo mundo. Esta facilidade e discrição criou uma pirâmide de atividade criminal de tanta potência que o governo reage como se um revólver estivesse apontado para sua cabeça. O que, no fundo, é verdade! A estratégia certa é subversão, atenção e discreto não-conformismo contra o tédio e a opressão do mundo.

OMNI: Terence, meu amigo, existe alguma coisa que o deixa com medo?
MCKENNA: Loucura. As pessoas me perguntam, "Posso morrer tomando esta ou aquela droga?". É a pergunta errada. Claro que sempre existe algum risco em qualquer coisa, mas o que é realmente perigoso é a sua sanidade, porque como a desconstrução da realidade é infinita, você pode se mudar para algum outro lugar. Tenho medo de não ser capaz de contextualizar essa desconstrução, me perder e não retornar à comunidade humana. Estamos tentando construir pontes, não navegar infinitamente.

OMNI: Como você vê o futuro?

MCKENNA: Se a história seguir futuro adentro, será um futuro de escassez, preservação do privilégio, controle da população através do uso cada vez mais sofisticado de ideologia para acorrentar e iludir as pessoas. Estamos no limite exato. O que também potencialmente nos aguarda é uma dimensão de tanta liberdade e transcendência que, uma vez lá, viveremos de imaginação. Seremos rapidamente irreconhecíveis se comparados ao que somos hoje porque hoje somos definidos por nossas limitações: a lei da gravidade, a necessidade de comer, de ficarmos ricos. Temos o poder de nos expandir indefinidamente para o prazer, atenção, carinho e conexão. Só precisamos nos libertar e nos permitir.
encontrado em algum lugar do orkut e
postado aqui por juliano da rede

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Fractal da Rede


desenho: Juliano
da Rede


contato: rebentodarede@gmail.com