terça-feira, abril 29, 2008

Ambivalência

CAusa do que compõe

o que é e o que deve

o que sobra quando tenta

esteril que engendra.

o que brilha em escuridão.


O que fala qndo cala

o que trava quando sola

o que vara mesmo quieto

o que imposta tão inserto

o santo que tem perdão.


a dúvida tão certa

a certeza incorreta

bobagem que vale

o crepusculo d'tarde

limite da imensidão.


sexta-feira, abril 25, 2008


Espelho de outro
(quando este lhe reconhece, em si mesmo)

Eu queria chegar nessa estrada.
Rápido, quantum, Luz... daquela estrela
Que varou a madrugada.

Para elas não há distâncias.
Só um sinal.
Para elas não há distâncias.
Só um sinal!!!

Para elas não há distâncias.
Luminoso afirmam
Que ainda há vida. Há vida!!!
A vida não me anda abusada

- Fato que dou graças –

Mas me prega impulsos... de vontades
Reveladas em grandes matizes de cor.

Sorria pra essa noite .
Sorria enluarada.
Sorria para mim.

quarta-feira, abril 23, 2008

Inexpressando o Inatingível

Expurguei minha mente.
Invadi a casa de células, viciadas.
Reduzido a pó e ao sabor do ventre,
Desbravei seivas dos meus sentimentos.

Senti o vivo.

Como a senda que assemelha ao assobio;
O grito, gemido de quem está morrendo.

Vendo, pude até sair.

Sem passividade
Percebi no fundo, um som vazio.
Todo um brilho
Invadiando o Inatingível.

Não fui sozinho.

E pelas vozes que ouvia
Fui cumprindo o devaneio
Reinventando meu caminho.
Totalizando todo esforço do destino,
Só pra poder fazer "ao que veio?"
Só pra poder me libertar.


poesia: juliano darede

sexta-feira, abril 18, 2008

Romance das pedras
(Resposta da natureza à indagação)

Um dia, você me disse
Que poderia sugar toda a força
Do mundo. Como um buraco fundo
Que um dia foi estrela;
Mas preferiu se afundar em proporção.
Então? Seu tato com as pedras
Dizem que a humanidade veio dela.

Não pediu perdão.
Se reconciliar com a sensível dureza.
Nem ao menos viu a luz.

Não sabe a força que lhe conduz;
E está aquém de minha natureza.
As pedras são únicas a ter compromisso .
Sem pressa , vão traçando destinos.

O tempo e o espaço ainda hão de se redimir.
E tudo que resta e há, é gota que custará tão caro aos olhos da ganância.
Mas tão rica a mim quem souber usar.
Pois a um tempo, jaziam leite de pedras
Beleza magnética que dificilmente arreda.
Certeza eterna, opaco brilhar...

"De onde sei que isso é assim?
Justamente por isso."


poedura: juliano da rede

terça-feira, abril 15, 2008

...

Eu passo por baixo de goteiras
Que respingam, a me molhar.
Marquizes que protejem somente
velhos móveis a venda.
Encharco meus sapatos em pequenos lagos;
Poças que empenam rodas,
Que empenam o humor...
Atravesso a rua
Que sempre pediu descanço,
mas nunca seus faróis
deixaram de funcionar.
Meus olhos necessitam, horizonte.
Pausa.
Não há.

tédio: juliano darede

terça-feira, abril 01, 2008




No Tempo de Rama
Muito lobo vestido em pele de cordeiro.
Oferenda no altar
E o embate à acompanhar o baque e os desejos.


Caminhante, avante lado a lado
No presente, no passado
Mas também no futuro e dos lados


Olhai pro céu


Soou os búzios transcendentais
Kali Yuga do tempo agitado nos raios de Iansã




Tendo lábios
E a cabeça fervendo
O som estará rompendo
todas as paredes de seu pensamento,
Pois se souber olhar pro céu
O encanto de elementos
-Palavras cantadas na boca do céu-
E ecoando pra um céu maior
Muito além do que é bom ou pior.




Olhai pro céu, Olhai pro céu...





oferenda: juliano darede