sexta-feira, julho 13, 2007

continuação....


Minha conclusão é que , para darmos o próximo passo evolutivo na direção da retomada da Cultura Arcaica, do renascimento da Deusa e do fim da história profana, teremos de incluir em nossa agenda a noção do reenvolvimento com o espírito vegetal e do ressurgimento deste. Aquele mesmo espírito que nos conduziu a uma linguagem auto-reflexiva nos oferece agora as infinitas paragens da imaginação. Sem esse tipo de relacimento com os exoferomônios psicodélicos que regulam a nossa relação simbiótica com o reino vegetal, ficamos privados do conhecimento da finalidade planetária. E o conhecimneto da finalidade planetária talvez seja a principal contribuição que podemos fazer para o processo evolutivo. Retornar ao seio da participação planetária significa trocar o ponto de vista do ego, criado pela História, por um estilo mais maternal e intuitivo.

Creio que a intuição generalizada da presença de um Desconhecido, sob a forma de companhia feminina na viagem humana através da História, data da primeira vez em que o homem mergulhou no espírito vegetal. Foi essa imersão que propiciou o contexto ritual no qual a consciência humana veio à luz da autopercepção, da auto-reflexão e da auto-expressão: a luz da Grande Deusa.

O que significa aceitar as soluções das formas vegetais de vida como metáforas da condução da vida humana no mundo? Duas mudanças importantes seguir-se-iam à adoção de tal hipótese:

* Feminização da Cultura. A cultura seria feminizada a um ponto que ainda não foi totalmente explorado. A ConsciÊncia Verde significa reconhecer que a divisão real entre masculino e o feminino não é uma divisão entre homens e mulheres, e sim uma divisão entre nós mesmos, como animais conscientes - guerreiros onívoros e desbravadores da terra, suprema expressão do yang -, e o manto de vegetação que envolve o globo - o antigo elemento yin metaestável que constitui, de longe, a maior parte da biomassa do planeta.

* Uma busca interior de valores. A interiorização é a caracterização é a característica do estilo vegetal de existÊncia, e não do estilo animal. O animal caminha, migra e forma novas comunidades, ao passo que as plantas permanecem onde estão. As plantas vivem em uma dimensão caracterizada pelo estado sólido por aquilo que é fixo e resistente. Se há movimento na consciência das plantas, deve ser o movimento do e´spírito e da atenção no nível da imaginação vegetal. Talvez seja este o verdadeiro fim apontando pelo restabelecimento da conexão com a Deusa da vegetação, através das plantas psicodélicas e do Retorno à Cultura Arcaica: que a vida do espírito é a vida que adquire acesso aos reinos visionários existentes em nossas mestras vegetais mágicas. Esta é a verdade que os xamãs sempre souberam e praticaram. A percepção do estado de espírito verde foi chamado de Veriditas por von Bingem, visionário do século XII.
Um novo paradgima capaz de trazer a esperança de um meio que nos arranque da areia movediça de nossa atual cultura deve oferecer uma agenda voltada para o mundo real e para os crescentes problemas enfrentados pelo planeta.
continua em agosto......

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